domingo, 19 de junho de 2011

O Monstro do lago Ness

Procuro
não sei o que
não sei onde.

Num quarto frio
aumento meus conhecimentos
sobre criptozoologia.

É embaixo da cama
que cresce o medo
da criança que ainda sou.

Paulo Leminski
Jorge Luis Borges
C. S. Lewis
e Walt Whitman
me fazem companhia.

Uma companhia gelada
mas que aquece.

Pouco juízo
eu tenho muito
e hoje tudo é fogo.

E ainda tem a chuva
pra aumentar a confusão.

Tudo lá fora
se encontra tão molhado
quanto meus olhos.

Certas noites
tudo fica
meio salgado.

Solidão é sal que não desce.

Solidão esquece
e volta pro mesmo lugar.

Há sempre aquela bendita noite
que eu preciso correr pra caminhar.

Ou algo do tipo.



Ígor Andrade

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2 comentários:

Hugo de Oliveira disse...

Poxa...arrasou.
"solidão é sal que não desce" Perfeito esse trecho.


abraços

Kenia Santos disse...

Acho a sua poesia extremante inteligente, mas talvez seja desnecessário dizer. rsrsrsr =*