terça-feira, 14 de junho de 2011

Número atômico 47 (Um poema desnecessário)

Então é assim.
Então é o fim.
Como quando termina
qualquer caminhada.

Mais que um adeus
de perto ou de preto.
Mais que uma sombra
na suja calçada.

Então foi em vão
enfim...

(A lua cheia
que me persegue
neste vazio
se esconde nos prédios
como quem quer roubar
tudo de mim.)

Fico eu e esse tudo de mim
que quando não é saudade
é teimosia e burrice.

Então é assim.
Escrevo o desnecessário
para não me sentir só.



Ígor Andrade

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