quarta-feira, 8 de junho de 2011

Por la tarde se quema

A tarde
arde
em metáforas.

Persigo
uma vontade de ferro
de ser leveza.

Persigo a pureza
da manhã
esquecida.

Aquecida
a poesia
no ser.

E eis-me aqui
com sono
e lento.
Violento
o céu.

Olho
com olhos de bandido
a tarde dos outros
que eu roubaria.

Sou-me e só.
Como o menino
que brinca no parquinho
deste prédio onde habito.

Sim, habito onde vivo.
Ocupo espaço.
Moro em cada traço
do verso.

Esta tarde é vida.
A vida da tarde é o terso.
Encontro-me na tarde
disperso.

A morte que é
um pleonasmo vicioso
e ninguém conhece.



Ígor Andrade

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