sexta-feira, 17 de junho de 2011

Tarde sem vento

Um homem só
numa tarde vazia.
Calçada em sépia
como do dia anterior.

Pouco muda nesta rua.
Pequeno espaço de tempo eterno.

Eu passei por este homem
dois dias seguidos
e se passasse mais um
seria a mesma coisa.

Descalço
na calçada
e de calças sujas.

O fim de semana
não preocupa este sujeito
e é aí que me vejo neste indivíduo.

Indivisível indissociável
deste infinito reduzido.

Existir no dia que passa
enquanto o povo caminha na praça.
Verbo ser antes de sentir
que não me pertence.



Ígor Andrade

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