domingo, 12 de junho de 2011

Doze chato

Independentemente da causa, da pausa e do dia, hoje anestesia. Anestesiado me sinto. Nada foi dito que eu já não tenha imaginado. Hoje. Nada me diz nada sobre o amanhã. Como sempre caminho na rua perdido; e me encontro. O dia branco foi um ponto nessa sensibilidade azul. Alguém me ensina o caminho de volta pra casa. O oposto do norte, a faca e o corte: o sul. E as reticências... Quem és tu? Criatura que me lê e não me ama? Mereço mais que o entendimento, mais que o arrebatamento da cama. Me engana, pelo menos. Me engano, pelo o mais. Qualquer analgésico, esquecido na gaveta empoeirada, me promete a paz. E com a paz eu posso. Porque da guerra eu cansei. Quem és tu? Eu nem sei. Eu não sei. Eu nunca sei, aliás. E quem sou eu? Eu não sou. Quando penso no amor sinto dores de cabeça. Quando penso nas dores de cabeça sinto o amor.



Ígor Andrade

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