sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ma(r)duro

Ma(r)duro (um minuto sublime)


O céu é próximo.
Sim, todo céu é perto.

Pássaros no meu estômago querem voar.
Pássaros presos, mas livres
pássaros presos sem passado
pássaros perto.
E eu de bico calado canto
certo.

Ah as asas
as minhas asas
(sem penas
sem pena)
são mais que membros
são olhos
perfeitos
no infinito azul
infinito
in-fi-ni-to...

Eu sou o pássaro
que passa aqui dentro
sempre
e não sabia.

Posso tocar o céu perto.
(Sim, todo céu é perto.)
Posso tocar qualquer céu
de qualquer pessoa
inclusive eu.

Distante são só algumas palavras
que moram em mim...

Puxa vida!

As palavras moram em mim...
As palavras moram em
As palavras moram
As palavras
em mim...

Já não vejo mais limites
no tempo ou no espaço
dos meus horizontes.

Já me vejo
já me conheço
no que esqueço
e que me faz mal.

Já não tenho limite algum
e meu vôo é eterno
nas palavras.



Ígor Andrade

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4 comentários:

Marcelo Mayer disse...

isso seria uma bela epopéia lisérgica

Camilla Andrade disse...

Nas palavras eternas...há um limite q desconheço..mas nao esqueço.
voar faz:

Parte.
Arte
Enfarte......de libertar...

O q liberta, altera...nao coagula.
Corre leve, e fortemente inocula...
Copula no ar, o seu vento, e ultrapassa assim, todo o ser, de dentro do seu eu.
Inabitável...porém ouvível...em uníssono..o trovão maior, em ré menor..da sua composição.

Anônimo disse...

=)

Um poema que não deveria terminar.

Adorei.

Beijo.

Fabio Rocha disse...

mais uma pérola sua...