domingo, 7 de fevereiro de 2010

Da existência cansativa (Cogito, ergo sum. Dubito, ergo cogito, ergo sum.)

Penso
logo existo.
Penso
e insisto.
Penso.
Eu desisto?

Se duvido
resisto
e isto
é mais do que pensar.

Pensar demais
faz querer demais
um tudo que é demais
pra existir de menos.



Ígor Andrade

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6 comentários:

Anônimo disse...

É por essas e outras que ando preferindo o silêncio. A maioria das pessoas pensa que é vazio. Mas só eu sei que é o único jeito de deixar o meu pensamento livre, livre do que é dito sem fundamento.

Acho que vc entende, sim.

Meu beijo.

.SL. disse...

Alheiar-se, às vezes, é o melhor a se fazer. Beijo meu.

Camilla Andrade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Igor,

Cheguei aqui pelas pistas do Dialogando com o Belo.
Encontro um espaço raro, onde pensamentes desobedecem normas e ganham forças, essas asas que amenizam a existência.
Fuga do intelecto e regúgio de livre[s]mente[s].

"Se duvido
resisto
e isto
é mais do que pensar."

Excelente!

É aqui, justamente aqui, que creio resida o que disse a Lispector, ao cometer o "pecado" de pensar.

Ouso pensamentos não ca[nsa]tivos, mas libertos.

Beijos.
.
.
.
Katyuscia.

Fabio Rocha disse...

Sim, pensamos demais mesmo... A herança negra de Descartes. Abraços

Caio Rudá de Oliveira disse...

O cogito de Descartes permanece uma pedra no meio do caminho.