segunda-feira, 28 de novembro de 2011

(Des)esperança

Para o meu irmão Thiago Andrade.

O desencontro é um encontro
com a distância.

Não se chega a lugar algum
quando o lugar algum
parece mais próximo
do que o desejo real de busca.

Desespero
mas espero
algo novo.

O velho se cansa
e de tão velho me cansa.

Descansa
em mim
alguns sonhos
que ainda não tive.

Me prometo a reconciliação irreconhecível
diante da incomensurável ausência de paz.
Te prometo tudo
que eu puder mais.

Sou capaz
de mover o mundo -
o meu e nosso mundo
com a palavra certa
na hora errada.

Desesperança mesmo
é quando ignoro o desamor.

Os frutos verdadeiros nascem
sob o adubo do sangue do irmão;
este outro ser que também sou
e não me abandona.



Ígor Andrade

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4 comentários:

Adélia Danielli disse...

É o fluxo do amor, vezes arrebatador, vezes odioso, mas amor.

Linda poesia, menino.

Adriana Godoy disse...

Bom voltar aqui. Beijo

Anônimo disse...

A hora é de plantar...
Ademais, já dizia Carlos Drumond de Andrade (Titio Drumond):

QUEM PLANTA(OU SEMEIA) VENTO, COLHE TEMPESTADE!

Esperança sempre, pois é isso que nos mantêm vivos!

Marcelino disse...

Certamente teu irmão te ama, Igor, pois não é possível ser indiferente a um texto como este que começa falando em distância e se encerra com um não abandonar.