terça-feira, 8 de novembro de 2011

Acédia

O tédio.
O prédio.
O médio.
O eu.

Tudo eu.

Silêncio armado feito concreto de cara pro céu.

É extremamente desgastante
passar a tarde
querendo a noite
enquanto o dia não passa.

Tudo que consegui neste dia
que não acabou
mas parece perdido
foi um pedido
de paz
do espelho.

Vermelho
era o batom daquela mulher
que nunca beijei.
Geniosa feito o raio.
Branca feito um copo de leite.

Enfeite natalino sem serventia.

Enquanto a terça não acaba
eu já imagino a quarta
a quinta, a sexta...

Minha vida é domingo
e me agarro em lembrança boa.

O tempo voa
e eu aqui
sem pernas...



Ígor Andrade

_________________________________________________________________

Nenhum comentário: