sábado, 12 de novembro de 2011

Metonimia de hoje

Insisto no óbvio
porque sou burro.
Fosse inteligente
insistiria no que não existe.

Insistir no transitivo do verbo
é permanecer na ignorância
do sujeito.

(Nem eu entendo o que escrevo
às vezes...)

Insisto porque existo.
Eis o paradoxo
da desgraça toda.

A insistência há muito
deixou de ser
uma ciência inexata
para ser
o que de certo não é.

Insisto na poesia
todo sábado à tarde
porque me falta um nexo qualquer.



Ígor Andrade

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3 comentários:

Luiz Libório disse...

E com vocês, a coerência.
Grande poema, irmão. Abraço!

vanessa carvalho disse...

Gostei do poema.

Marcelino disse...

Vai escrevendo, que eu te ntendo, meu preto. Mais que entender, racionalmente, eu gosto do que escreves, e este poema então...ficou muito bom.