sábado, 19 de novembro de 2011

Madre

Para minha preciosa mãe Rejane Maria e minha querida tia Regina.

Passei algumas horas
tentando encontrar as horas
e as palavras certas
para tentar explicar
o amor de um filho.

Não consegui
e nunca conseguirei.

O amor nasce com a gente
e depois ganha o silêncio...
O amor reside no útero
mesmo depois de vazio.

Sempre seremos semente
que não cresce direito
sem os cuidados da mãe.

Sempre seremos outra coisa
que vocês não imaginam.

(Me tornei poeta só pra dizer que amo de uma forma diferente...
Acho que é isso!)

Acho
de qualquer forma
que o verbo ser
é a forma mais pura
de dizer que fomos
e somos
ainda de vocês.

Um passeio sobre as palavras
e eu passo a entender
toda a importância da gravidez.

Eu passo e passei horas...

Passar horas
aliás
pensando na beleza da maternidade
causa frio,
aponta estudo.
Isto tudo
sou eu no mundo
tentando acreditar que mudo
e que nunca vou te perder, minha mãe.

A mãe deu a luz.
A mãe é a luz
de qualquer túnel sem fim.

Passei algumas horas
tentando encontrar as horas
de uma poesia parida
em meio as lágrimas.

Tudo que vejo
é o umbigo que nos ligou
em cada medida de tempo.

Tempo
tento
e eu lamento
não saber falar bonito
nem poder te dar tudo.

O nada é a única coisa
que posso prometer
antes de qualquer poema.

Antes, bem antes
ou depois desse agora
me vejo analfabeto.

Uma mãe que parece casa
encontra um poema que parece teto.

Antes feto
depois fato
nasce o tato
cresce amor.

Mais ou menos isso
que quero dizer
mas nem eu entendo.



Ígor Andrade

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2 comentários:

Alicia disse...

Meu deus, que treco lindo!

Caí no clichê e nem tenho o que dizer...

Ana Claudia disse...

Tudo o que tenho é um umbigo comigo pra sempre agora. Minha mãe no portarretrato e dentro de mim. Pra sempre, pra sempre, pra sempre. Que bom poder dizer a elas tudo, antes do nada perfeito e completo de todos nós.
Obrigada pelo texto,
Ana Claudia