domingo, 13 de novembro de 2011

Confusão

O bêbado na esquina
deitado no chão
falando sozinho.

A criança no beco
cheirando cola.

O perfume da adolescente
e sua falta de preocupação
com a vida.

Depois disso
a rua vazia.

Sol ameno
e minha respiração.

O passado.

Isso é tudo que vejo.

Sou o bêbado
a esquina
e a palavra ao vento.

Sou a criança
e a cola.

Sou o perfume
a adolescente
e a falta de preocupação.

Sou a vida
o depois disso
e a rua vazia.

Sou o passado
mas não passo.

Domingos...



Ígor Andrade

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2 comentários:

Marcelino disse...

O artista é tudo, são todas as vidas, todas as personagens, todas as possibilidades. Fernado Pessoa sabia disso, Jorge de Lima também. E, parodiando o Chapolim Colorado (lembra disso?): Sigamos os bons.

Marcelino disse...

O artista é tudo, são todas as almas, todas as possibilidades.