quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ninar

São quatro da manhã.

E da janela da cozinha
vejo no prédio vizinho
uma moça com um bebê
nos braços.

Ele chora alto
e muito
e não pára.

Esta cena me agonia.

De certa forma
sou este bebê
agora
só que sem mãe.

Não sei se é fome
se é medo
ou se é a ignorância
sobre a vida.

Mas tanto eu, como o bebê
não conseguimos dormir
e não sabemos muito bem
o que fazer.



Ígor Andrade

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