segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Brucia La Terra

Algo me aperta o peito
e me rouba a palavra.

Eu não sei o que é.

Lembro do pai
que poderia ter tido.
Ou da mãe
que sonhava em me ter.

Agora tenho uma saudade
sem nome
e o corpo quente
de inquietação.

Minha casa não tem portões
e um pequeno pássaro me visita
sempre pelas manhãs
na minha janela fechada.

Eu preciso respirar
como a criança
que havia em mim.

Eu preciso contar pra alguém
que cansei de sofrer
pelo que não existe.



Ígor Andrade


Um comentário:

Marcelino disse...

Ainda bem esse algo não roubou todas as palavras. E, de quebra, ainda deixou um vídeo maneiro, com música linda.