quarta-feira, 18 de março de 2009

Janela

Para o amigo, Fabio Rocha



A janela negra
do meu quarto branco
está aberta
e o que vejo
é cinza.
Sem nuvens, nem céu
porque hoje chove
os atrasos do meu Nordeste.

Assim como você, meu amigo
sou fascinado pelo mundo lá fora
desde que aprendi
a me fascinar pelo mundo aqui dentro.
Tanta liberdade me liberta
e me prende.
Nada nesse quarto me limita
os olhos.

Esses vazios em paisagens
são passagens
cheias de vida
que não cansaremos
de descobrir.




Ígor Andrade

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3 comentários:

Marcelino disse...

Gostei das antíteses(negra/branco,fora/dentro,liberta/ limita), elas dão conta desse sentimento dúbio que o maior dos maiores desse idioma nosso, luis Vaz de Camões, tão bem caracterizou qdo escreveu: "é um andar soítário entre a gente"

Marcelino disse...

às vezes os artifícios poéticos comandam nossas mãos: essas antíteses por ti empregadas (fora/dentro,liberta/limita) para falar da dualidade entre o interior e o exterior (tema recorrente na tua escritura, basta reler o poema espelhos) me lembram o suprassumo do nosso idioma e da literatura em lóngua portuguesa , Luis Vaz de Camões, qdo ele escreveu " é andar solitário por entre a gente". Um abraço.

Deise Anne disse...

Esse poema mostra uma liberdade que está dentro de você, Igor!
Gosto de conhecer pessoas que não precisam se apegar às coisas exteriores para serem livres.
Uma bela reflexão! =)