segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Soslaio

Amanheceu a palavra
e o mais eterno pensamento.
Não foram as horas que perdi
foram todos os momentos.

E no momento agora
o sol atrevido castiga.

A briga
da minha mente
contra o bocejo
de amanhã.

Todo dia
algo amanhece em mim
e eu sem sono
fico tentando dormir
em vão.

Meu olho
é desmentido
pela minha mão.


Ígor Andrade

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2 comentários:

Carina Destempero disse...

Adorei, Igor!
Deu vontade de grifar o poema todo, nem consigo selecionar um só trecho pra colocar aqui. Teus poemas estão cada vez melhores.
;)

Marcelino disse...

Diferentemente da Carina B, eu grifaria a última estrofe: "Meu olho é desmentido pela minha mão": esses versos são carregados de significação, de possibilidades de leitura, certas ambiguidades... a mão que esfrega o olho, que toca o corpo, que escreve um poema de madrugada...