domingo, 7 de agosto de 2011

Equinócio

São as ruas
do meu domingo
que me aproximam
de algum encontro de paz.

O que quero eu da vida?
O que faço eu da vida?
O que é a vida mesmo
quando não sou?

Sou
o que sinto
quando não tenho sono.

(Há dias
sonolento.
Dias de
sono lento.)

O dia de hoje
não é monótono.
O dia de hoje
é um átomo
que nasce e morre
sem que você perceba.

O tombo na esquina.
O pombo na calçada.
O tango na cabeça.
Dançam meus olhos sem horizonte.

Nem sempre estou bem
mesmo quando pareço
me sentir bem.

Crio raízes e as corto
quase que ao mesmo tempo.
Crio raízes em qualquer lugar
que eu caminhe.

Todas as coisas deste domingo
são conscientes.

(Me repito quando escrevo.
Todas as coisas deste domingo
são conscientes.)

Aqui vai uma curiosidade:
O meu jeito de expressar
minha poesia diária
é como olhar uma mulher
formosa
se despir
e se vestir
uns dias depois.

(Tudo muito simples!)

Só o antes e o depois
me interessa.
Agora escrevo
e basta.

E basta!
Eu quero ser
o fim deste domingo.



Ígor Andrade

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Um comentário:

MeandYou disse...

Olá, Igor!
Seus poemas são todos lindos e espero em breve ler lá pelo meu blog algum de seus poemas.
Enquanto isso, passe por lá e prestigie a poetisa do dia.
grande abraço carioca