sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Incólume

O dia que passa
neste passo lento do cão
me ultrapassa
em qualquer passado
como aço forjado em vão.

Sou sujeito pesado
pecado confessado na marra
a cara que no muro esbarra...
De longe o menino
que na perna da mãe se agarra...

Pássaro que voa tão alto
que se joga em três dimensões.
Pássaro com tantas gaiolas
tantos galhos livres
e tantas mansões.

Liberto
é o dia longe;
aquele que não alcanço.
Monstro que se mostra monge.
Monstro que se mostra manso.

Liberto é o certo.
Corpo fechado sem alma.
Cabeça exposta sem calma.
Dia de ontem aberto.

Liberto é mesmo o certo.
Amanhã que não conheço.
Amanhã que não mereço.
Algum dia que tenho perto.



Ígor Andrade

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Um comentário:

Anônimo disse...

"Monstro que se mostra manso". Gostei disto! Beijos. Au revoir :)