quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Obstinação

Para Camilla Andrade.

Aí está frio
eu sei.

É por isso que te dou
o calor dos meus poemas.
Te dou a boca aberta
de cada verso
e o silêncio
inverso do tempo.

Uso hiatos
que me fazem bem à saúde.
Uso o desuso
do povo que não se declara.

Hoje minha poesia
está ainda mais
perto de você.

Distância é
apenas uma lacuna estratigráfica.
Escrevo seu nome
nos metros quadrados
dos meus passos redondos.

Deixai-me agora
repousar tranquilo
na sua leitura cálida...



Ígor Andrade

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Um comentário:

Marcelino disse...

Um poema assim que diz "te dou o calor de meus poemas" realmente desfaz as distâncias.Parabéns, poeta.