terça-feira, 15 de maio de 2012

A morada mora no ir



Tenho feito mais do que posso.
Tenho falado menos do que devia.
Tenho sido o que qualquer um seria.
Tenho pensado no que é nosso.


Tenho na palavra o consolo.
Tenho no olhar o colo.
Tenho a poesia no solo.
Tenho música no miolo.


Tenho tanta coisa.
Inabilidade casta.
Tenho mais que um verbo.
E isso não basta.




Ígor Andrade

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2 comentários:

Anônimo disse...

Há um freio e um movimento nesse poema. Algo contido e algo que exorbita.
Me identifiquei.

Abraço.

Anônimo disse...

Já impactado pelo título.

Preciso mesmo ir.