sábado, 17 de dezembro de 2011

Mais nada



O sábado não sabe de mim.
Ou sabe e se faz de doido.


Acordo
com a corda no pescoço.
Sufoco
no calor do dia
e na distância da noite.


Não consigo ser mais o que era antes.
Também nada do que era antes é a mesma coisa.
Só um estúpido como eu não percebe quando tudo está se perdendo.


Acordo depois do almoço
sem fome.
Não sei o quero hoje da vida
nem pro meu estômago.


Sou céu e inferno ao abrir os olhos...


O que querem de mim, os outros?
O que querem os outros, de mim?
O que eu não quero, de ninguém?


Me consolo na ilusão de que alguma mulher me espera em sua cama.


Me desconsidero ao pensar que alguém se importa ainda
com alguma coisa que eu queira dizer.


Hoje levantei meio desorientado
e quero tão somente anoitecer.
Mais nada.




Ígor Andrade

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3 comentários:

NãoSouEuéaOutra disse...

a sentinela, adormeceu se esquecendo de você!!!

poema doloroso...

terá sempre alguém esperando por você...

Diana Alves disse...

Eu me importo com algo que vc queira dizer, cunhadinho!! Bjo grande!

Diana Alves disse...

Profundo e belo...Cunhadinho, eu me importo com alguma coisa que queira dizer!! Bjo