segunda-feira, 4 de julho de 2011

O uivo da noite

Como um cão
eu caço
um poema leve
que me leve
neste vento breve
nesta vida de aço
que eu passo
farejando o agora
espesso e escasso
estilhaço da hora
e da existência
ou persistência
quando muito
resistência
do canino
no cansaço.



Ígor Andrade

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2 comentários:

Marcelino disse...

O tempo espesso (consistente), mas escasso (não lhe temos domínio);uma vida de aço (mais dura impossível); um momento estilhaçado (difícil de reter, consertar); e, coroando tudo isso, um poeta como um cão de caça (alguém há de dar, ou pelo menos insinuar, a direção): quantas reflexões cabem num poema, não?

Ígor Andrade disse...

Pois é...