sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sócrates

Um velhinho caminha na rua
tão devagar
mas tão devagar
que me sinto quase parando.

Olho pra dentro
uma memória nua
e percorro um caminho imenso.

Eu aqui
na varanda do quarto andar.
Tudo passa a ser
tão devagar.

Cada folha balança lenta.
O vento é fome.
Me vejo na preguiça dos cachorros.
Ouço minha respiração
e depois um silêncio absurdo.

Um velhinho caminha na rua
tão devagar
mas tão devagar
e vejo minha vida
passar tão rápido.



Ígor Andrade

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