sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pentacam

Nunca usei tanto
minha teoria
do passo de cada vez
tão ao pé da letra.

Mãos!
Caminho com minhas mãos
mesmo sem enxergar.

Quanta dificuldade é ver
sem ver.
Quantas pessoas não valorizam
o belo
e não aprendem a contemplar.
O medo de tropeçar
de cair sem cair.
Sei lá!

Tento enxergar
as faces das pessoas
e nada
e nado
na imaginação sem luz.

Meu irmão me conduz
ele é meu entrever
minha visão
meu ser
sem ser...

Corredores que
não vejo o fim.
Elevadores que
mesmo cheios
me parecem vazios.
Paredes brancas
e geladas
geladas
e brancas.

Dor de cabeça, por favor
agora não!
Este tatear já me basta.

Aperto meus olhos
e meu peito aperta
meu estado de alerta
só vai embora quando
eu voltar pra casa.



Ígor Andrade

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Um comentário:

Anônimo disse...

Conheço bem esse estado.

Sempre poetizando "demais" vc!

Beijo.