"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Recorrente
Ando sonhando muito com meu irmão
chorando.
Falando um idioma esquisito.
Não consigo entender.
Não consigo esquecer.
A gente senta num banco velho
e pede um café pra nossa mãe.
Isso dura a vida toda.
Sonho doido.
Sou tão pouco.
A praça da calmaria foi abandonada.
Levo duas horas pra acordar.
O ar leva meio minuto pra sufocar alguém.
Meu irmão com cara de gente sofrida.
O cara que era o cara
não cura mais a ferida aberta.
Acordo mas o sonho não passa;
o sonho da praça.
Eu sei que meu irmão sofre
quando faz silêncio.
Sujeito difícil.
Edifício erguido na fraternidade imortal.
Um mar de lágrimas
que não seca com o tempo.
Embarcação com um medo profundo
de afundar.
Ígor Andrade
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2 comentários:
Muito Bom, Parabés....Sentimental, sentimental
de tirar o fôlego...sem palavras para descrever os que sinto ao ler..simples e genial..
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