A lua imensa
atravessa Júpiter
com uma certeza:
o espaço não tem ouvidos.
E meu silêncio esqueceu de mim.
Estou assim
meio cósmico.
E nunca falei tanto
sozinho.
Hoje até o cão mais vagabundo
encontrou uma sombra
na esquina.
É poético envelhecer
antes do poema?
Sinto um frio na espinha.
Uma folha em branco
tenta me ajudar.
Minha maior natureza sempre foi observar.
Sempre entendi a natureza de absorver.
(Segrego um segredo grego
de um gago gordo.
Só para entender o quanto
sou alienígena de mim.)
Sorver um café gelado.
Servir uma escrita quente.
Meu pulso mente
minha taquicardia.
A lua cheia.
A rua vazia.
Tudo fazia
uma beleza
tão nua...
Ígor Andrade
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3 comentários:
É poético envelhecer
antes do poema?
Aqui pensando....
Beijos,
Genial!!! Abração, Mano!
A lua é nossa mais antiga namorada. De Gonçalves Dias a Carlinhos Brown. Você, eu,Henrique Pimenta, todos já deixaram algum verso pra esse satélite maneiro.
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