"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Relatividades
Gosto de caminhar pela tarde.
Acredito que sinto que sou a metade
de um dia.
Saio por aí descobrindo pleonasmos nas calçadas.
Calor compartilhado
por um exército de vencidos.
O mundo não acaba nunca.
A nuca e o suor
na parada de ônibus.
Poesia agoniada.
Sei de pouco da vida.
Sou o pouco da vida.
E nunca pisei na lua.
Só de maneira imprópria
se fala do futuro.
O muro.
É duro.
O murro.
Que maravilha é não pensar em religiões.
O budismo do meu pai
que não aprendeu a meditar.
O sem-teto da esquina
tem no tato a sua fome.
Barriga sem nome
que ronca na curvatura do espaço-tempo.
A sede do Agreste se traduz num pensamento:
O solo é de quem sabe imaginar presentes.
Sigo por aí
até chegar
num lugar qualquer.
Ígor Andrade
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Um comentário:
(e esse pouco me parece tão suficiente.)
beijo, poeta.
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