sexta-feira, 6 de julho de 2012

Anamnese


Paro num instante da madrugada
e não entendo minha vida.
Assim como também não entendo quem não vive.

Hoje, agora, neste minuto
eu já passei.
É complicado ser.
E somos.

A soma some
se o santo não sente.
Pelo menos a rua vazia e eu.
Ambos sentimos muito.
Tudo.

Nada.
Se eu tivesse existido
antes
mesmo assim
só depois me salvaria.

De quê?
De quem?
De qual assunto estou falando?

Ter que existir é como a solidão; ninguém entende.


Ígor Andrade

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