sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Meu olho esquerdo


Se sou mau ou bom sujeito, grande ou pequeno, forte ou fraco, o tempo dirá. Assim como não dirá o que quero muito saber. O tempo escreve um poema calado na sala vazia dos esquecimentos. E eu preciso parar com essa coisa toda de tempo. É sério; ele nem lembra de mim. Me sinto um palerma quando me analiso, mas hoje tudo está misturado demais, e transparente demais, tudo ao mesmo tempo. E olha eu falando de tempo outra vez. Parei. Mas continuo. Não preciso esperar pela passagem do tempo para perceber que a denominação de sujeito é injusta e absurda sem a denominação de predicados. Esqueci de predicar a precisão, e já me sinto esperto novamente. A nova mente é a mesma da antiga, mas atualizada de si mesmo. O sujeito é sem jeito quando tenta parecer humano. Ser humano é epistemologia de outro mundo. Esqueci do nome do meu planeta. Sou um lerdo que pode ficar cego. Parti do interior pro exterior num minuto. Eu posso não mudar muita coisa nesta noite, mas mudo o amanhecer sem querer. Até mais tarde alguém vai se encontrar nessas palavras...


Ígor Andrade

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4 comentários:

Dan Porto disse...

Aprecio muito quando poetas natos, como é o seu caso, prosam.

Talita Prates disse...

Igor, Pessoa..........

"Ser humano é epistemologia de outro mundo."

Como não te supor um gênio

Beijo.

Ígor Andrade disse...

Abraço, amigo Dan!

Ígor Andrade disse...

Talita... Talita...