quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fatos alheios


Todo dia há um nó e um desenlace. Nasce quem tem de nascer: laço. Morre tudo que estar por vir: cansaço. Amasso a folha de papel e tento outra vez o pensamento. Lento! Todo dia há um nó e um desenlace. O nó consiste em acordar. Abrir os olhos para dentro. E só aí perceber que viver é esse estranho ser do lado de fora... de algo. (Outra hora falo mais sobre isso, que também não entendo.) O desenlace é difícil - é tentar dormir... mais uma vez. Todo dia há um nó e um desenlace. Passe meia hora repetindo esta frase para si mesmo e veja que "o si mesmo" não pára nesta frase. Todo dia há um nó e um desenlace. No meio disso tudo, o epílogo de qualquer nada, que também acaba.


Ígor Andrade

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