sábado, 11 de agosto de 2012

Arremesso


O que há de mais indigesto?
O gesto
de quem não se conhece.
A parede esquece
de mim.
O fim é o começo
depois de doze cervejas.
Berço de palavras...
Desapareceu a testa.
A festa
dentro do quarto
escuro
e sozinho.
Ninho de asas!
Duas mãos.
Dois olhos.
Sem pernas.
Cem pernas
para alcançar o inalcançável.
Hoje não quero visita.
Acho que nunca quis.
Eu fiz
de mim
uma fortaleza sonolenta
que esquece do fígado
mas lembra do bolso vazio.


Ígor Andrade

______________________________________________________________________