"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
sábado, 4 de agosto de 2012
Bohemia
Não é o que é.
Nem o que eu vejo.
Madrugada
este lampejo
além de qualquer ser.
Silêncio em que se perde
o que não se ganha.
Aranha que faz teia
na rua vazia.
Eu fazia antes
o que faço hoje
mas não sabia:
penso como ninguém.
Além daqui
consciência que não se apaga
e não se afaga
além de mim.
Que a boemia me perdoe
porque eu preciso dela.
Aquarela quer amanhecer
antes dos olhos.
Ígor Andrade
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