sábado, 2 de junho de 2012

Acho que voltei



Morro para não morrer.
Corro para não correr.
O cachorro de hoje não quer comer.


O que dizer quando o dia não diz nada?


Esperar a madrugada.
Que assim seja.
Depois do silêncio perdido
o berro da cerveja
e a solidão.


Contemplo o que quero
quando quero
mesmo que não veja a gratidão.


Meus amigos sumiram...


O embrião do mundo há muito se acostumou com o abandono.


Já não sei se sou o cão 
ou o dono.
Só sinto sono.
Mais tarde vou cochilar embaixo da cama.




Ígor Andrade

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