quinta-feira, 22 de março de 2012

distentio animi



Para o meu amor Rafaela Bezerra.


Ontem descobri uma coisa sobre nós:
Nós somos a melhor coisa a ser descoberta.

Explorar os nossos desertos
é o que me interessa no momento.
Caminho o dia inteiro com sede
só para suportar o frio da noite
com tuas lembranças.
É onde me encontro.

O tempo se perde
no próprio tempo
porque ninguém se acha
no outro.

Eu sei que por aí está tudo errado
e fica difícil nos animarmos com este mundo.
Fica mudo quem não ama
e quem não ama fica imundo.

Sinto-me o sujeito mais limpo.

Vejo gente culpando a doença
para viver com propósito.
E me vejo te culpando
por ser apenas minha cura.

A poesia amolece os dentes
mas a poesia também dura.

Duramos na eternidade dos nossos cheiros.
Entre solstícios e equinócios
o que menos me importa
são os significados dos termos.

Temos o silêncio do seu sorriso
e a saudade da nossa cama.

Precisamos mais do quê?


Ígor Andrade

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4 comentários:

Rafaela G.B. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela G.B. disse...

Eu preciso de você.
Um grande homem, um grande poeta, meu grande amor!

...e não há nada mais belo que a/tua Poesia!

Amo-te!

Anônimo disse...

Não deixe morrer sua poesia, brother. Cada dia mais me encanto com seus versos. É lindo! Beijos. Amo-te. Saudades!

Marcelino disse...

Precisamos mais do quê? De poemas lindos como esse, meu caro.