quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mar em fúria



A madrugada me acolhe
me encolhe
talvez
na mesma proporção.


Proposição de um cárcere.
Preposição do silêncio.


Tudo que é grade
fica grande
no escuro.


Imagino que descanso
é algo tão distante
que ninguém consegue tocar
com os olhos.


Fascina-me o entendimento do vazio
e toda agonia do desespero
alheio.
(Eu meio que estou de saco cheio
de tentar esquecer o que escrevo...)


Acredito que tudo que é verdadeiro
nem chega nos olhos
de quem não é poeta.


Hoje desenhei o olho de Hórus no teto do meu quarto.




Ígor Andrade

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9 comentários:

Rebeca dos Anjos disse...

O esquerdo ou o direito? :)

Forte o teu poema!

Bjs

Talita Prates disse...

acho o escuro apertado.

descanso [de ser] é morte.

"Acredito que tudo que é verdadeiro
nem chega nos olhos
de quem não é poeta."
[nem ouso comentar, de tão!]

é lindo.

beijo.

Fabio Rocha disse...

Me amarrei, manobrow! Abração

Nadine Granad disse...

O jogo de plavras-sentidos... e o sentir cada palavra!...

"Proposição de um cárcere.
Preposição do silêncio." - demais!


Beijos =)

A VIDA É UM ETERNO APRENDIZADO disse...

Bom dia!
Linda sua poesia,com certeza voltarei aqui mais vezes.
Grande abraço
se cuida

Ígor Andrade disse...

O esquerdo, Rebeca.
Abraço!

Ígor Andrade disse...

Talita, nem ouso comentar seu comentário.
ABRAÇÃO!

Ígor Andrade disse...

Valeu, Fabio, meu irmão!
Abraço!

Ígor Andrade disse...

Abraço, Nadine!