quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Por causa dela



O dia de hoje tem a mesma janela
fria, aberta e sem muito verde.
Dia que se perde 
quando começa.
Ver de longe que não adianta pressa
porque sou o sujeito mais lento.
Eu tento, isso é verdade
e sinto que qualquer vontade
passa.


Um certo dia no mês de janeiro 
arregaça as mangas
mas esqueceu das calças.
Vestir-se de impaciência
e passar vergonha no meio da rua.


Sorriu pra mim meu cão.
Chorei sobre minha memória nua.


Há dias que se dividem em dois:
Um dos justos
que nada ganham.
E outro dos impossíveis
que nada perdem.


Acordo e antes de dormir
reconheço
que ando dando voltas
no meio do caminho.




Ígor Andrade

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