segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ignorance revealed



Uma dor fortíssima no peito.
Sujeito desdentado de poesia.
Põe o sal na mesa,
antes do prato a incerteza
e esquece de se lavar na pia.


Todo mundo parece que sabe.
Eu não sabia.
Alguém em algum lugar sente
que alguém em outro lugar não sentia.
Uma dor maior que antes. 
Uma dor maior que a minha.


Sem drama
reabilito a história da minha vida
na cama.


A trama engrossa.


Tanta cidade dentro de mim
tanta fome na minha roça.


Uma hora na varanda 
olhando a lua cheia
e uma conclusão e meia:
Há toda uma convicção libertária na solidão.


Vai-se tudo nesta vida.
Ficam o vil e o vão.


E as reticências
dos sentidos opostos.


Hoje um nada de cada vez
para atentar os dispostos...




Ígor Andrade

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4 comentários:

Talita Prates disse...

Poemaço pra uma segunda-feira!

Gostei imenso, principalmente de

"Tanta cidade dentro de mim
tanta fome na minha roça."

Bjo, Igor.

Talita Prates disse...

Adorei.

Adorei o "Tanta cidade dentro de mim / tanta fome na minha roça."

Eu de fato creio que é preciso encontrar a liberdade primeira na própria solidão.
O si-mesmo, se desconhecido, é o primeiro cárcere.

Bjo, Igor.

Talita Prates disse...

Xi, achei que o primeiro comentário não tivesse ido.
Agora ficam três.

=S

Ígor Andrade disse...

Deixa tudo aí!

Beijo e abraço, Talita!