sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sexta-feira

Eu próprio sei
o quanto meu caminhar é suave.

A topada perdida na esquina
o vôo longe da ave.

Eu sei e eu sou
a chave
da porta trancada.
O boi sumido da manada.
O escurecer e a alvorada.

Eu próprio sei
o quanto meu caminhar é suave.

A fome e o mal-estar que restou.
A nuvem, o navio, a nave.
A bola na trave
da partida que nem começou.

Eu próprio sei
o quanto meu caminhar é suave
o quanto meu caminhar é suave
o quanto meu caminhar é suave.



Ígor Andrade

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2 comentários:

Marcelino disse...

Tenho um poema (ainda não postado) que envereda por essa trilha, a trilha das coisas que travam: o boi sumido na manada, a topada perdida na esquina, a bola na trave...

Ígor Andrade disse...

Pois poste, Marcelino. Gostaria de ler esse poema.