segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Poesia de Concreto.

De cada calçada de concreto da cidade
cada viga que se ergue
cada vida que se segue
cada cidadão persegue a sua cota lutando pra se manter...
marcando a mesma rota, lutando pra nunca se perder...
pra não perder, não ver a cara da derrota estampada na lorota
que faz ponto a cada esquina encostada em algum poste,
pronta pra te desviar da sorte,
talvez um corte brusco na sua sina.
Existem uns que seguem na rotina e não enxergam ao redor,
reclama e não se coçam pra tornar melhor
acha melhor sobreviver só mantendo distância
de cada sonho que crescia na infância
e cada esperança de criança se mistura ao ar impuro inspirado e espirado,
por cada cidadão comum que deixa escorrer a liberdade
na sarjeta da calçada de concreto da cidade.

[Refrão:]
Dedicada, a cada, poeta da cidade,
dedicada, a cada, atleta da cidade,
dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade

Entre as paredes de concreto da cidade, se esconde o mundo,
de quem faz qualquer negócio só pra não ser taxado de vagabundo.
Sonhos de adultos se dissipam por segundo a cada insulto do patrão.
É o culto do faz de conta que eu sou feliz assim,
salário no fim do mês é o que conta, paga as contas e faz bem pra mim.
Não é o caso em que eu me encaixo,
sonho alto de mais pra viver por baixo igual capacho,
e acho que existem outros por aí...
que olham pras paredes só pensando em demolir,
pra ser livre, mas na real nem sabe como...
perdeu toda noção acostumado a viver com dono.
Não condeno, mas não concordo e não me adapto...
fora das paredes mais inspiração eu capto.
Me sinto apto, pra cantar a liberdade
que se esconde entre as paredes de concreto da cidade.

[Refrão:]

Algum teto de concreto da cidade, abriga o restante
da liberdade semelhante a que escorreu pela sargeta da calçada,
se escondeu entre as paredes ou partiu pra outra...
morreu de fome, de frio, de sede...
pois sem abrigo não há, pra onde voltar,
pra poder descansar e pensar
na estratégia pra continuar lutando pra manter a liberdade que se tem...
as adversidades não se sabe...
de onde elas vem, que cara elas tem
pelas mãos de quem vem, com ordem de quem alguém me diz...
porque eu não posso ser feliz completamente
sem que alguém ou algo tente, tumultuar minha mente...
mas eu sigo em frente sempre,
vou nadando mesmo que seja contra a corrente...
pra que eu possa construir meu verso, meu abrigo, meu teto...
pra fazer minha versão da poesia de concreto.



Poesia de Concreto
Kamau


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