quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um texto oxigenado


Hoje acordei no fim do mês. Talvez, neste tal mundo. Imundo. Não mudo a cor da tarde e pouco lembro do que foi cedo. Sinto um medo de não sei o quê. Posso até me perder nesta fome toda de não saber pensar. Posso até pesar, antes de ter amado. Um poeta armado... de solidão. Então, hoje é feriado! Ninguém foi trabalhar, mas todo mundo tem preguiça. Todo mundo tem cobiça, e não quer trabalhar também amanhã. Santa missa que o padre fala com as paredes. Feriado ferido. Todo ser humano tem amigo. Eu não. Em vão. Se vão. O cifrão não fala a minha língua. Corpus Christi. O corpo insiste no balanço da rede. Todo nome e toda sede no altar sagrado do egoísmo. Povo besta! Povo sem lirismo. Muito ismo a esmo. Tudo no mesmo. Povo besta! Celebrar o corpo e o sangue de Cristo, pensando na farra da sexta. Este é o futuro cerebral. E eu acabei de acordar. Enquanto meu estômago cheio reclama de uma dor terrível no pé. Direito. Eu ainda acho que ando demais. Sem sair do lugar.


Ígor Andrade

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