quinta-feira, 9 de maio de 2013

É assim tão meu o teu nascer


Para minha mulher-amiga-companheira, meu maior amor, Rafaela Bezerra.
(Muita paz e saúde neste teu outro nascimento!)


Onde estou
pouco me interessa.
Não tenho pressa.
Mas tenho prosa.
Carrego tua saudade sempre
e hoje roubei pra ti uma rosa
dos jardins do uni-verso.

Sou um morador das janelas
que te desenha na madrugada.
Agora eu tenho tudo
muito depois do antes
de ter nada.

Poemo teus sorrisos infinitos
no nosso silêncio falante
tão nosso.

Você pode e eu posso
alcançar o pra sempre.

Pra sempre.
Sem parar.

Eu consigo te olhar
sem esquecer
que posso conseguir
e vou seguir
cada amanhecer
do que você olha.

Esqueça do mundo.
O cego ficou surdo
de tanto não saber lembrar.

Procurar
a mesma pergunta
é encontrar a mesma resposta.
Encosta
teu olhar no meu horizonte,
minha parte que é um todo,
meu parto de escrita,
minha ponte:
Com quem estou
é que importa.
O fato, o feto e a fonte.
Aorta
minha
no teu peito.

Não tem outro jeito.
Nosso amor tem feito
uma vida bem melhor.


Ígor Andrade

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3 comentários:

Fabio Rocha disse...

Muito bom, morador das janelas. Esse verso eu queria ter inventado. Não podendo, vou poemar inspirado. ;)

Ah, mudei o Da Busca para: http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/

Rafaela G.B. disse...

Como agradecer tanto talento?

Impossível encontrar palavras que traduzam todo meu amor e agradecimento por ter vc em minha vida...

Amo você!

Marcelino disse...

O poeta Fabio Rocha já falou da beleza desse verso em que o eu lírico se identifica como um morador das janelas que desenha a amada nas madrugadas; eu vou apontar um trecho já ao final do poema em que se diz:"aorta minha no teu peito", trecho em franco diálogo com a "Disritmia" de Martinho da Vila ("Preciso transfundir teu sangue pro meu coração que é tão vagabundo..."
Muito bom teu texto, Igor