sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Antiga Carta (maio de 2007)

O amanhecer de hoje foi diferente dos demais, mas foi igual a de um dia. Meu humor que tanto oscila mais uma vez me surpreende. Enquanto escrevo, choro, porque quando choro, escrevo. Saiba que é a primeira vez que escrevo o que sinto para alguém. Sim, alguém, porque nunca te vi, mas te lembro, nunca te toquei, mas te sinto. E nessa hora da manhã, tudo que tenho é a tua voz, o teu sotaque, a minha pretensão. Sei que é pouco tempo e o pessimismo que à ti compete vai chatear tua consciência, mas apenas imagine. É pouco tempo e de poucos dias, você, é a última coisa que penso antes de dormir e a primeira ao acordar. Porém já apareceste durante o sono não é. E aí que se confunde. Perceba que percebi que sonho acordado. Falaste uma vez que eu era tudo que queria, só hoje. E tão somente hoje é tudo o que não tenho. O que sobrou do meu amanhecer não mais tão sozinho, porque te vejo aqui dentro, foi uma gostosa confusão, o vislumbre, o meu sonho. É estranho como tudo é tão normal. É diferente como tudo é tão igual. Somos loucos e sou um eterno apaixonado. Pedi à ti que não me deixasse e logo hoje ouvi a real possibilidade. Por que será? Ainda sonho? Porque talvez não seja o único. Sonho meu. Sonho teu. Nosso sono. Nosso amanhecer. Que ninguém pelo menos nunca tire isso de mim.




Ígor Andrade

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