Formas humanas contraditórias.
Sombras de espaços vazios.
Silêncio das mãos postas em oração.
Amanhãs tão distantes quanto a sede do deserto.
Sorrisos falsificados.
Olhares míopes.
O efêmero da vida
permanece na morte.
O homem cria a espada.
A poesia faz o corte.
Sorte
de quem não me lê.
O que vou dizer
depois de tanto falar
da extinção?
Estes são
versos de um homem
que de tão perdido
se encontrou
em seus próprios limites.
Meus amigos,
a vida é o trágico minuto
em que esquecemos
do que fomos.
Somos o que somos
quando não sabemos
o que fazemos.
De quantos suicídios precisamos
para morrermos de fato?
As paredes brancas
sem retrato.
Agonia...
Havia aqui um poema bonito.
Um poema bonito aqui havia.
A vida.
Tudo nessa vida tem nome.
Tudo nessa vida tem fome.
O homem
por exemplo
é um bicho estranho
que batiza o que come.
Quer maluquice maior que esta?
Camaradas,
esqueçamos
o amor fati na essência do infinito
o eterno retorno e a vontade de potência
o super-homem na genealogia da moral.
Isso tudo é invenção
de alguém com a barba mal feita.
Ígor Andrade
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Um comentário:
Se pudesse eu respondia todas essa perguntas (e também as afirmações). Discutimos tudo e nada até que, cansados de tudo e nada, escrevemos dinamites.
"Sorte de quem não me lê." hehe, ou não. Abraço hermano, e obrigado, imensamente obrigado, mais uma vez.
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