"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
De mais pedaços que já perdi
São metades, demais metades
De partes alheias que conheci.
Foram minhas, foram tuas.
Sejam de quem foi.
Foram. Passou.
Quanto vale o que se perde,
Se perdeu e nunca mais voltou.
Era o vento, depois o tempo
Me interessa.
Como aprendi.
O que conheço eu não esqueço...
Ao firmamento.
Senhor da cura.
Eu percebi.
De cada breve, com quão valor
Não existe sorte nem nada escrito
Nada se leva, e o que fica
O que de bom se fez.
Tenho dito.
Ígor Andrade
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quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Telefonema
que me deu uma família,
aqui é o seu genro querido,
o amor da sua filha!
Faz outra vez meu almoço?
Me leva no teu bolso,
e me salva dessa ilha...
Rogi Fernandes
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domingo, 25 de novembro de 2007
Toda santa vez que ela se vai
Eu derramei por ti várias gotas
Amanhã derramarei mais.
Vou deitar. Não aguento
A vista grossa e a luz forte
Há quem diga que sou "o homem"
Há quem diga que eu tenha sorte.
Embora a vontade acelerada
De todas as vidas
Até as passadas
O corpo cansou, mas a mente
Nada.
Que fiquem imaginando
A grande noite que tive
O quadro é preto e branco
O cabelo, a pele dela.
Aqui vive.
Ígor Andrade
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segunda-feira, 19 de novembro de 2007
descobri a tal linha separatista.
O que ficou pra trás morreu
e o que vive tem outro sentido,
por falar em sentido, sentindo...
Onde encontro o maior deles?
o retrocesso tinha sentido
tinha até limite,
era uma tal de zona morta
havia um plural na solidão,
era a vida curta
há quem encontra não é...
Tanto homem que desconhece
o vivendo
nasce por nascer,
morre em ter nascido.
Continuo com critério
sigo um guia de caráter
uma impressão moral
natureza de propriedade.
Simples...
o que estar morto
viveu, fim.
Depois da passada larga
vai vivendo o infinito
o que encontrei,
encontrando, descobrindo.
Finito.
A curiosidade eu deixo pra vocês.
Ígor Andrade
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sábado, 10 de novembro de 2007
defendo o lado que não gosto
e ataco o lado que amo
grito no silêncio para que nem eu escute
me cubro de vaidade e malícia
ignoro o que eu não quero ouvir
e fico remoendo minhas bobagens.
Assim sendo
é como sou
às vezes e permanente
delicado como rocha
uma raiva nova a cada mesmo impulso
inconstância de ânimos
ora granizo
ora magma.
Sei que assim
eu nem ganho e perco
fico estagnado
inerte em tua compreensão
me sinto mal por ser tolo
e fico bem por ser eu.
Assim eu sei
sei tanto
sei nada
mas continuo
até que eu saiba merecer
tudo teu
teu amor
inclusive você.
Ígor Andrade
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sexta-feira, 9 de novembro de 2007
terça-feira, 6 de novembro de 2007
As pequenas coisas
De natureza breve
Desapercebidas
Acontecem sempre.
O primeiro passo
A decisão esquecida
Tudo de ínfimo. Real.
Não pára por nada.
Ação minha
Reação tua
O giro. Suspiro.
Esteja de olho aberto ou não.
Vem vindo
Vai indo
Simplesmente sucede
São as pequenas coisas, as maiores.
Ígor Andrade
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O dia
uma leitura
seja ela qual for
nada de vida dura
sem grande esforço
algo que me cause torpor,
uma xícara de café
uma corrente na perna
a âncora é meu pé,
um abuso que não me deixa
mas não é queixa e,
no desenrolar do dia
qualquer coisa que me conforte
remete alegria,
andar de chinelo com calça larga
música é bom para o ouvido,
nem faço a barba,
viver nesse mundo de fantasia
e me faz ser como sou
o de costume
o de nem tanto
falar logo contigo
ficar no meu canto
respirar meu novo ar
o desando,
até que apareça alguma coisa
e me tire daqui
daí invento uma desculpa
e volto pra ti,
seguir seguindo
levar levando e sendo levado
a arte de saber amar
a vida nova com quem estar selado,
já passam das duas
e só vou dormir às quatro
um velho preguiçoso desperdiçado,
deitar pensando no outro dia
vai ser diferente
e do mesmo modo
continua a sintonia,
que venha o próximo
depois e depois
como tu afirma inefável
entre a boa noite e o bom dia
fazer encontro de dois.
Ígor Andrade
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sábado, 3 de novembro de 2007
Tédio
vazio dos sentidos porque existo;
não tenho infelizmente sequer penas,
e o meu mal é ter
nestas horas doridas e serenas
completamente consciência disto.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Eu penso que tomar decisões é como sombrear a obrigação
A obrigação que eu tenho, decido não aceitar
Aceito muito pouco do que existe e digo tanto quanto o que não tenho
Tudo que tenho é solidão momentânea
E no momento me falta tempo
Vai sobrando coexistência
Existe uma coisa entre duas
Perde-se ambas numa só
Ganha quem enxerga a cegueira primeiro
O segundo leva o que mais importa
Não interessa se sempre aumenta
O que diminui é a pressão
Eu impressiono, a alma, impressiona
Ela me faz ser assim
Porque assim eu sou
E sou ela também.
Ígor Andrade
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quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Ah esse silêncio...
eu converso comigo msm...
distorcendo a realidade
faço uma ponte daqui ao sul
onde mora minha vontade
Falo alto aqui e em qualquer lugar
mas apenas ela escuta esse silêncio
entrego ao passado a vaidade
eu aqui impresso em desatento
E quando lembro que do silêncio ao grito
ela expressa só coragem
crio do imaginário um mito
não é lenda sentir saudade
Ah o silêncio que fala
como o perfume que exala
marca a gente como o corpo, a bala.
Interioridade.
Ígor Andrade
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Aceita quem tu és e digas o que penso
Eu penso que tomar decisões é como sombrear a obrigação
A obrigação que eu tenho, decido não aceitar
Aceito muito pouco do que existe e digo tanto quanto o que não tenho
Tudo que tenho é solidão momentânea
E no momento me falta tempo
Vai sobrando coexistência
Existe uma coisa entre duas
Perde-se ambas numa só
Ganha quem enxerga a cegueira primeiro
O segundo leva o que mais importa
Não interessa se sempre aumenta
O que diminui é a pressão
Eu impressiono, a alma, impressiona
Ela me faz ser assim
Porque assim eu sou
E sou ela também.
Ígor Andrade
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