"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
domingo, 29 de janeiro de 2012
Incomprehensibìlis
Eu acho que hoje não acordei. Um agora que parece ontem. Talvez tenha sido a noite, na certeza que tenho sido o que ando sendo. Porque sou, ainda que na teimosia, e porque tenho tudo quanto quero. No fundo de minhas teorizações eu só espero minha mulher voltar pra minha cama. E é aí que a trama vira desgrama. Não sei se estou escrevendo ou sonhando. Sigo meu pensamento pela sala, vou caminhando, sem deixar derramar o café. Meu pé está gelado, enquanto minha mão esquenta. Do outro lado da rua alguém desiste, e o eu do outro lado de mim não se aguenta. Sinto é saudade. A conformidade de lembrar e ainda querer é tudo que me escreve. O ignorante ainda vive. O vento ainda é leve. Levem de mim esta folha em branco. Hoje não me sinto tão vazio quanto a rua. O banco da praça tem lá seu aconchego, e passei tão longe de lá. Pode faltar qualquer coisa nesta noite, mas a lembrança não me deixa esperar. Estou escrevendo uma lógica que não quero entender. Estou entendendo um alguém que não quero esquecer. Hoje bem longe de mim ficou a filosofia sobre a morte.
Ígor Andrade
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2 comentários:
Nossa, muito bom!
Parabéns pelos textos!
Abraços
Valeu, Thaís. Abraço!
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