que esta tarde
eu preciso.
Preciso do não-preciso
e precisar me perturba.
Expandir minha consciência
além da ilusão qualquer
que crio no fim do dia
é a poesia salvadora.
Eu quero o grito da virgem
rasgando o silêncio cansado.
Algo maior que o barulho
do martelo na rua
ou algo menor
que a poeira da minha sala
vazia.
Vomito a tarde toda
neste mal-estar fatigante
e já é noite
mas era noite
antes do fim da tarde.
Ígor Andrade
_________________________________________________________________
Um comentário:
Muito bonito, seu poema, Ígor.
Gostei mesmo - precisar é muito perturbador.
Beijo.
Postar um comentário