A poesia me salva
do tédio.
Estou sozinho em casa
também estou sozinho
no prédio.
Silêncio e lentidão
os mitos da síndrome do pensamento acelerado
no chão.
Me encontrar
é tão preciso
e precioso
quanto necessário.
Vasculho o prazer do ócio
obscuro e escondido
vasculho no armário.
Sinto o tempo que anda sobrando.
Sinto o sabor da sobremesa.
Qualquer coisa que tente me apertar eu empurro de volta.
Qualquer coisa que eu diga nesta hora
é pura e completa franqueza.
Ígor Andrade
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Um comentário:
Sim, a poesia salva, sobretudo quando dialoga com a poesia alheia.
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