Para o amigo, Fabio Rocha
A janela negra
do meu quarto branco
está aberta
e o que vejo
é cinza.
Sem nuvens, nem céu
porque hoje chove
os atrasos do meu Nordeste.
Assim como você, meu amigo
sou fascinado pelo mundo lá fora
desde que aprendi
a me fascinar pelo mundo aqui dentro.
Tanta liberdade me liberta
e me prende.
Nada nesse quarto me limita
os olhos.
Esses vazios em paisagens
são passagens
cheias de vida
que não cansaremos
de descobrir.
Ígor Andrade
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3 comentários:
Gostei das antíteses(negra/branco,fora/dentro,liberta/ limita), elas dão conta desse sentimento dúbio que o maior dos maiores desse idioma nosso, luis Vaz de Camões, tão bem caracterizou qdo escreveu: "é um andar soítário entre a gente"
às vezes os artifícios poéticos comandam nossas mãos: essas antíteses por ti empregadas (fora/dentro,liberta/limita) para falar da dualidade entre o interior e o exterior (tema recorrente na tua escritura, basta reler o poema espelhos) me lembram o suprassumo do nosso idioma e da literatura em lóngua portuguesa , Luis Vaz de Camões, qdo ele escreveu " é andar solitário por entre a gente". Um abraço.
Esse poema mostra uma liberdade que está dentro de você, Igor!
Gosto de conhecer pessoas que não precisam se apegar às coisas exteriores para serem livres.
Uma bela reflexão! =)
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