Dos vultos e vozes
de muitos e voltas
sem razão alguma
ou face
fecho as portas
e sou assim.
Sou defensivo e assustado
assombro o ombro passado
e me sinto bem mais aliviado
quando me sufoco de dor.
Eu me fecho pro mundo
me defendo dos outros
(e dos outros que existem em mim)
porque também sou egoísta
e louco.
Resta pouco
entre outros
o pouco
(resta pouco)
tempo
e luz.
Ígor Andrade
___________________________________________________________________
Um comentário:
Murilo Mendes tem um poema, "choro do poeta atual", q fala dessa sensação q temos ( principalmente quem escreve) de q há muitos dentro de nós. Talvez esse fato nos redima da pecha de egoístas, já q, em princípio, ñ estaríamos pensando no Eu, mas no Nós (mesmo q este esteja dentro de nós).
Postar um comentário