"Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche
quarta-feira, 11 de abril de 2012
A favor das janelas
Não aceito as coisas
como são.
Não aceito as coisas
como sou.
As coisas soam
o que não aceito.
Aceito as coisas
com suor.
Muito além de qualquer sentido de existência
eu vejo a acepção da palavra.
O asseio do tempo que ninguém entende.
Investigo tudo que sinto
e sempre me sinto
um animal selvagem.
Já não se fazem mais madrugadas no pântano como antigamente...
Tudo seco.
Tudo cego.
Tudo ego.
"Egossistema" de um ambiente sem seres vivos!
O mais é nada.
Do nada vim.
Pro nada vou.
Não me admito pensar menos
do que posso.
Não me admito pensar mais
do que não imagino.
Eu passo.
Eu posso.
No ócio do osso
o negócio.
Me sinto profundo e insosso.
Todo fosso é um delírio analfabeto do medo.
Todo medo é a consciência da vida letrada.
Toda vida é erudita em silêncios.
Todo o meu silêncio de hoje
é uma confusão de noites
em que não durmo em paz.
Ígor Andrade
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4 comentários:
Adorei essa última estrofe. Gostaria de tê-la escrito, juro, poeta! Depois, vou lê-la mais uma vez, e mais outra, e mais outra.
Um abração.
A-do-rei cada verso!!!
O jogo... ah!... esse jogo de sentidos e palavras!... Leio com os olhos brilhantes!!!
... Também perco noites...
Beijos =)
Lindo...a última estrofe foi mesmo que me matar! Sua sensibilidade toca o coração!
Leitores preciosos... Abraços!
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